Por: Sergio Cidade
Com certeza, foi a noite mais longa da história do Carnaval de PORTO ALEGRE. Mas também foi a noite/madrugada/manhã em que todos conheceram a "árvore do BETINHO". ROBERTO BARROS, ex Presidente da Escola de Samba IMPERADORES DO SAMBA, que deixou a vida e o Carnaval prematuramente, deixando entre outros feitos, à frente de sua IMPERADORES, este episódio que marcou o nosso Carnaval.
O episódio insólito, teve início às 21hs, do dia 12 de fevereiro de 2002 e estendeu-se até meio dia do dia 13.
Tudo começou quando integrantes da IMPERADORES, tentavam deslocar e posicionar seu carro abre-alas, na Av. Perimetral, para mais tarde adentrar na Av. Augusto de Carvalho, antiga passarela do samba, antes da mudança para o Porto Seco.
O esquema era esse: as Escolas perfilavam seus carros neste local obedecendo a ordem dos desfiles, estabelecida e controlada pela Associação da Entidades Carnavalescas, na época presidida por JORGE SODRÉ.
O papel do Poder Público, nesse caso, ficava por conta de dar a acessibilidade nas vias que circundavam o "SAMBÓDROMO", permitindo que os carros alegóricos de todas as Escolas, pudessem deslocar dos barracões até a Av. Augusto de Carvalho.
O impasse que gerou e desencadeou uma série de conflitos e embates, na noite dos desfiles do Grupo Especial, girava na questão e indagação, para saber o que realmente aconteceu.
A culpa seria da Prefeitura? Que não providenciou corretamente a poda das árvores e a remoção de obstáculos, no trajeto previamente estabelecido e concordado por todas as partes inerentes? Ou seria da IMPERADORES, que não obedeceu as medidas máximas das alegorias, para circular nas vias, fazendo com que seu carro Abre-alas ficasse embretado num determinado ponto da via?
Com os ânimos exaltados, a discussão virou questão de honra para alguns dos envolvidos, quase se transformando em uma pancadaria geral.

Por outro lado, a Prefeitura, ora ameaçava excluir a IMPERADORES daquele desfile, ora recuava e tentava uma conciliação, com as demais Escolas de Samba envolvidas.
A Secretária de Cultura MARGARETE MORAES, firme na sua postura, à frente do Orgão Oficial, tentava fazer valer sua autoridade.
O tempo foi passando e nada de solução para o caso. Pessoas ligadas aos imperadores, começaram então a serrar a `"árvore da discórdia", sob protesto de agentes da Prefeitura e de alguns Presidentes de Escolas rivais, sabendo que poderiam beneficiar-se de alguma forma se a IMPERADORES fosse punida.
A guerra de nervos estava estabelecida, e ao público restou apenas aguardar nas arquibancadas, mesclando um sentimento geral de revolta e desânimo.
Eram quase oito da manhã, quando os desfiles foram retomados. Quando a platéia já encarava o sol da manhã , que chegava rachando nas arquibancadas. Muitos foram embora, mas um grande número ficou alí, acompanhando o desdobramento dos acontecimento se abastecendo com notícias que corriam de boca em boca, pelas arquibancadas do Sambódromo.
A essa altura dos acontecimentos, emissoras de Rádio que cobriam o evento, já haviam desistido de sua programação normal e o compromisso com seus anunciantes.
Os desfilantes, buscavam forças e energia no "além", para tentar fazer o melhor na apresentação atípica de suas Escolas.
Quem assistia, via algo incomum, sem entender muito bem a realidade dos fatos. Pois tudo parecia muito confuso. até a passagem da última Escola de Samba do Grupo Especial do Carnaval de Porto Alegre, que naquela noite apresentou: BAMBAS, RESTINGA, VILA ISABEL, IMPERADORES, PRAIANA, IAPI e IMPERATRIZ D. LEOPOLDINA.
Na próxima postagem: A APURAÇÃO E O RESULTADO DO CARNAVAL 2002.
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