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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Fábio Jr em Porto Alegre

Para quem gosta do cantor Fábio Jr, vai ter uma grande oportunidade de encontrar o cantor. Fábio Jr irá se apresentar em Porto Alegre no próximo dia 09 de julho no Auditório Araujo Viana.
No 25º disco em 35 anos de carreira musical, Fábio Jr. já compôs e contribuiu tanto para a música brasileira que pode gravar o que mais lhe apetece no momento. Sorte do público. Pois este “Íntimo” traz uma música assinada por ele e outras 12 que ganham as cores e nuances de quem é dono de estilo próprio.

Bastam segundos de vocal para saber que Fábio é o dono do microfone. Mas é preciso larga bagagem na música para se ter a coragem de escolher standards do cancioneiro brasileiro e vesti-las com gala, em nova roupagem. Nesta partida, Fábio dá um banho. No alcance, seu vocal se traduz invariavelmente como instrumento a liderar a canção. E a prova de que se trata de herança genética aparece nas duas contribuições vocais do disco seus filhos Fiuk e Tainá.

O espectro de cores é ampliado pela escolha de gêneros com que trabalha em “Íntimo”, muda de uma balada pop-romântica para um jazz e encontra brecha para encaixar um toque flamenco sem esquecer-se do suingue.

O DISCO
“As Dores do Mundo”, de Hyldon, que abre o disco, mostra o alcance vocal citado dois parágrafos acima, em balada com guitarra hipnótica de Cesar Lemos.
Na sequência, um hit de seu repertório, “20 e Poucos Anos”. O timing é perfeito, já que quem divide o microfone com o cantor é seu filho Fiuk, que recém completou duas décadas e igualmente segue a trajetória de sucesso do pai na música. Música que aqui é marcada em suingue pelo piano e teclado de Sacha Amback e naipe de metais.

“(...) Ter uma casinha brancadevaranda/Umquintal e uma janela/Para ver o sol nascer.” A clássica letra se transforma em um quadro com a linda versão em power-pop-balada de guitarra e bateria.
Outras duas que seguem o estilo são “Paciência”, de Lenine e Dudu Falcão, e “Muito Estranho”, de Dalto. Se a primeira segue em crescente, a segunda é marcada pela diversão da interpretação de Fábio, que claramente grava sorrindo a letra non sense cheia de sentido.
Fábio transforma “Você é Linda”, de Caetano Veloso, com bateria suave gravada com vassourinha e linha de baixo e piano jazzísticos. Para se ouvir (ou se imaginar ao ouvi-la) em um balcão de bar, à meia-luz.

“Esquinas”, composta por Djavan, é apresentada quase à capela. Um violão com influência cigana, bateria suave, cello e piano completam o cenário climático.
Já em “Fullgás”, de Marina Lima, Fábio apresenta e entrega o microfone para a filha Tainá. Se você ouvir a música antes de ler este texto ou saber quem é, vai ficar se perguntando quem é esse talento da nova MPB. O cantor se contenta em fazer a segunda voz na canção. E realmente não é preciso mais que isso.

Roberto e Erasmo Carlos não poderiam faltar à festa. E vêm em “Do Fundo do Meu Coração”, uma balada suave em arranjos e execução.
A balada ganha um acento funk em “Noite do Prazer”, composta por Claudio Zolli e Arnaldo Brandão. Mais uma vez contempla participação do filho Fiuk, que, versátil, troca o microfone pela guitarra-solo na canção.

Só que quando o suingue e funk comem soltos, em “Carango” (Carlos Imperial e Nonato Buzar), Fiuk pede um pedestal emprestado ao pai e volta a dialogar com ele em canção marcada pelo trompete, trombone e que poderia estar na trilha-sonora de um “Shaft” da vida.
Entre elas, “Paixão”, de Kledir, a mais climática do disco, com a tríade perfeita para essa tradução tão sentimental quanto sensível: voz + violão + cello.
O disco fecha com bela canção do Jota Quest, “Dias Melhores”, em balada ao melhor estilo Fábio Jr.
Se bem que, após escutar “Íntimo”, a dúvida que resta é: em qual estilo ele é melhor?

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