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sábado, 13 de junho de 2015

''História dos Reis Momos de Porto Alegre''por ''FABIO VERÇOZA''

                                


                                Por: Fábio Verçoza


Entristece-me muito, quando ao buscar informações sobre a história de nossos Reis Momos, e encontro um material parco e muitas vezes com informações errôneas, passadas de boca em boca, sem registros.


Mas, mesmo assim, tento montar um verdadeiro “quebra-cabeças”, com o material que dispomos. Comprometo-me em buscar mais informações, e assim que as detê-las, compartilhá-las.Deixo bem claro, que não sou historiador nem pesquisador, apenas um amante do nosso carnaval, e que tenta resgatar sua história, inclusive aceito informações mais precisas.


Enfim... o inícioSegundo a biografia existente, antes de 1950 não se tem noticias comprovativas sobre os Momos, de forma oficial.


Ouve-se que existiu Emilio Belle, sendo que sequer chegou a ser empossado, substituído na ultima hora por, Julio Rosemberg, codinome Paco, um motorista de caminhão também.


Registrado mesmo, temos, fora do Coreto Oficial tivemos Reis Momos de bairros, como Lelé e Macalé. Adão Oliveira, o Lelé, foi o primeiro Rei Momo negra da cidade e reinou no Areal da Baronesa. Já Macalé, Alfredo Raimundo, começou como Rei Momo da Miguel Teixeira (também no Areal da Baronesa).

Então peço as pessoas que acompanham o meu trabalho e do ''TamuJunto' e  ira acompanhar nossa série de ''Momos'' que virá que possíveis e maiores informações  serão bem vindas.    


                                         Vicente Rao

Vicente Lomando Rao, foi o primeiro Rei Momo oficial de Porto Alegre. Reinou de 1950 a 1972.

Foi jogador colorado nos anos 20, fazendo parte do elenco do
 primeiro título estadual do clube em 1927.

Após abandonar o futebol, foi um torcedor fanático do Inter o que transformou num ídolo da torcida do Sport Club Internacional também por ser um insuperável animador de torcida, inclusive tendo criado a primeira escolinha de futebol, assim como a primeira torcida organizada “Camisa 12” onde foi o pioneiro no estado à introduzir bandeiras enormes nos estádios, sirenes, sinos, serpentinas, foguetórios e charangas para saudar a entrada dos jogadores em campo.no grande time do Internacional conhecido por rolo compressor nos anos 40/50, expressão também criada por Vicente Rao que fazia desenhos dos jogadores e do time todo e logo após os amassava, a partir deste momento que ele teve a ideia do rolo amassando todos os seus adversários.

Vicente Rao (primeiro à direita em pé) com a faixa de jogador nº 12
Rei Momo Porto Alegrense e grande torcedor colorado nos anos 1930
Em 1955 Vicente Rao ajudou o Inter à alcançar a marca de 5.550 sócios
Vicente Rao, morreu em Porto Alegre, em 1973, aos 62 aos de idade, foi considerado o maior dos foliões de todos os tempos, foi bancário como profissão e como tal, chegou a líder sindical por mais de trinta anos, chegando a ser acusado de comunista e também a incitação à violência a greve e a agitação, isso nos 70 em plena ditadura militar, foi julgado e absolvido o que evidentemente gerou uma grande festa organizada pelos amigos, um carnaval fora de época.
O radialista Hiram Ribeiro (1927-1993)entrevistando o
 Rei Momo Vicente Rao. Foto: Arquivo Pessoal
Antes de 1960, não existia Rei Momo, Rainha, Princesas no carnaval, cada bloco tinha a sua própria ‘Realeza”. Em Porto Alegre na década de 30, o rei momo era um boneco que representava a figura do fanfarrão, que não trabalhava e vivia para festas. O boneco virou símbolo dos desfiles até virar gente. Anos depois surgiram os Reis Momos, Lelé e Macalé que animavam os carnavais nos bairros da cidade.

Mas o maior Rei Momo de todos os tempos na capital foi Vicente Rao, o personagem da folia,pois nos seus 22 sendo momo era também o papai noel oficial de porto alegre.







Pesava cerca de 100 quilos e era considerado o primeiro e único, era comandante do bloco “Tira o dedo do pudim” nas festas do Areal da Baronesa e nos desfiles do carnaval na descida da Borges.

Em dezembro de 1973, pouco mais de um ano após a sua morte, uma rua de Porto Alegre, no bairro Ipanema, recebeu em sua homenagem o nome de rua Vicente Rao. 


Na placa de identificação do logradouro, o título que o identifica não é o de bancário, nem Rei Momo, Papai Noel ou líder da torcida colorada, mas "alegria do povo".
Mais recentemente, o Sport Club Internacional criou o Museu Vicente Rao, que funciona no Ginásio Gigantinho, com acervo referente à história do futebol e do carnaval em Porto Alegre.
Império da Zona Norte o homenageou no seu enredo de 1979.

                      LP Sambas Enredo de Porto Alegre 1979

MINUTO 20:25
 IMPÉRIO DA ZONA NORTE HOMENAGEANDO VICENTE RAO



01 - Acadêmicos da Orgia
Enredo: Canta Brasil
Autores: Bedeu, Leleco e Alexandre
Interprete: Dodo


02 - Bambas da Orgia
Enredo: Das Lutas e Glórias desse Sonho de Zumbi.
Autor: Meneca
Interprete: Meneca


03 -Academia de Samba Praiana
Enredo: Açúcar, Rainha das Bonecas.
Autor: Afonso Soares
Interprete: Beto Oliveira


04 - Imperadores do Samba
Enredo: Oxumaré, Oferenda de Amor a Obatala.
Autores: Wilson Ney
Interprete: Wilson Ney


05 - Fidalgos e Aristocratas
Enredo: Carnaval Tropical
Autores: Roque Wolkweiss e Gilberto Chiarelli
Interprete: Chico Graça


06 - Império da Zona Norte
Enredo: Homenagem a Vicente Rao.
Autores: Valdir Alves
Interprete: Valdir Alves




Um comentário:

  1. Gostaria de ver publicadas fotos do Bloco Piratas do Amor. Tempo em que Vicente Rao era o Rei Momo "Primeiro e Único"

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